Reconhecimento internacional
Portugal é um dos melhores e mais tradicionais países europeus produtores de vinhos. No entanto, também está na vanguarda no que toca a alguma da produçâo de vinho mais inovadora e imaginativa praticada actualmente no mundo. Tradiçâo e modernidade, um caminho especial pelo passado, um grande entusiasmo em relaçâo ao futuro, é esse o Portugal moderno.
Oz Clarke.
Factos relevantes
- Apesar da sua área reduzida, Portugal ocupa o 6º lugar à escala mundial como país produtor de vinho.
- O Douro foi a primeira regiâo vitícola do mundo, tendo os seus limites sido demarcados em 1756.
- É possível que Portugal disponha de um número de castas autóctonas superior a qualquer outro país – muito acima de 200.
- O número de microclimas, de tipos de solo e a variedade de castas, confere aos vinhos portugueses uma vantagem única para o apreciador de vinhos.
Castas relevantes
- Alvarinho (branca). Famosa graças ao vinho verde, a uva alvarinho e cultivada sobretudo na regiâo do Minho, na zona de Monçâo e de Melgaço, embora comece a ser usada para alguns vinhos brancos noutras regiôes mais a sul. Trata-se de uma uva de produçâo relativamente reduzida, com película grossa. Produz vinhos médios a encorpados, secos, acidulados e aromáticos com notas de pêssego, citrinos, maçá e trigo, muitas vezes com um carácter mineral acentuado.
- Arinto (branca). Cultivada sobretudo no norte e no centro de Portugal, a casta Arinto é rainha absluta na zona de Bucelas, produzindo vinhos secos, frisantes, com acidez refrescante, apresentando aromas citrinos, de maçâ e minerais. Também conhecida como pedernâ na regiâo do vinho verde.
- Fernão Pires. Uma casta branca muito versátil usada para tudo desde vinhos espumantes na Bairrada até brancos acidulados aromáticos no Ribatejo e na península de Setúbal. Caracterizada por aromas florais, maçâ, notas de citrinos e acidez moderada. Conhecida como María Gomes na Bairrada.
- Aragonez. (tinta). Conhecida como Tinta Roriz no norte de Portugal, onde constitui uma das “cinco grandes” castas para vinhos do Porto, esta casta tinta também é muito cultivada no Alentejo, e em Espanha com o nome Tempranillo. É muito conceituada, rica em taninos resultando em vinhos frutados (groselha, cereja, framboesa), escuros e aromáticos.
- Castelão. (tinta). Uma das uvas tintas mais cultivadas no sul de Portugal, dominando vinhas na Península de Setúbal. Os vinhos jovens produzidos com esta uva muitas vezes apresentam notas de framboesa e de groselha, amadurecendo com o tempo para desenvolver um carácter mais quente, suave e austero.
- Touriga Nacional. (tinta). Uma das castas mais apreciadas de Portugal. Tendo sido desde sempre usada como base para vinhos de Porto, os produtores de todo o país descobriram o seu potencial extraordinário para vinhos de mesa tintos. As uvas sâo pequenas com uma concentraçâo elevada de doçura, aroma, extractos, taninos e cor. Os vinhos produzidos sâo, muitas vezes, aromáticos, repletos de frutos vermelhos mas também com notas florais de violetas, esteva, pinho, eucalipto e ervas aromáticas, tendo um potencial de envelhecimento extremamente elevado.
- Trincadeira. (tinta). Uma das uvas tintas mais divulgadas em Portugal também conhecida como tinta amarela no Douro. É uma casta antiga e tradicional do Alentejo, regiâo cujas condiçôes áridas produzem tintos secos, ricos e fortes com notas de frutos vermelhos, flores silvestres e vegetais.
Denominações Geográficas (de Norte a Sul)
- R1 Miño. Doc vinho verde.
- R2 Tras-os-Montes. Docs Douro e Porto
- R3 Beiras. Docs Dão, Bairrada, Beira interior e Távora Varosa.
- R4 Estremadura. Docs Alenquer, Arruda, Bucelas, Carcovelos, Colares,, Lourinhã, Óbidos e Torres Vedras.
- R5 Ribatejo. DOC Ribatejo.
- R6 Alentejano. DOC Alentejo.
- R7 Terras do Sado. Docs Palmela e Setúbal.
- R8 Algarve.
- R9 Açores.
- R10 Madeira.
Regões vitícolas
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Minho – DOC Vinho verde (R1 en mapa)
Regiâo de origem do Vinho Verde, um tipo específico de vinho portugués que é leve, acidulado e ligeiramente “petillant”. O estilo poderá variar de acordo com as seis sub-regiôes existentes: os vinhos alvarinho de Monçâo, por exemplo, sâo mais secos e encorpados, enquanto os vinhos produzidos com uvas Loureiro na zona centro do Minho apresentam mais aroma e delicadeza. Todos partilham o denominador comum de deverem ser bebidos jovens – de preferência um ou dois anos após o lançamento no mercado.
A paisagem é encantadora: viçosas colinas continuas aparentemente intermináveis, com vinhas muitas vezes envolvidas em véus de neblina. A arquitectura é dominada pelo cinzento do granito local, apreciado em todo o seu esplendor nas magníficas cidades antigas de Braga e de Guimarâes.
. Rotas dos vinhos: www.vinhoverde.pt
Tel.: +351 – 226 077 300 -
Trás-os-Montes – DOC´s Douro e Porto (ver mapa: R2)
Sendo a regiâo mais remota e acidentada de Portugal, Trás-os-montes é a zona de origem dos vinhos do Douro e do Porto. Durante séculos, as encostas ingremes do vale do Douro tèm sido conquistadas por socalcos de vinha descendo dramaticamente em direçâo ao rio: paisagem espectacular e única desta regiâo. Património Mundial da UNESCO. Embora o vinho do Porto sexa o produto mais famoso da regiâo, o vinho de mesa é produzido em quantidades superiores e está a trair a atençâo tanto de produtores como de consumidores. Um verâo seco e un solo pobre e rochoso proporcionam níveis de produçâo reduzidos de vinhos de qualidade elevada: carregados, opacos, maduros, com aromas a frutos vermelhos e notas de esteva; semelhantes ao que esperaría encontrar num vinho do Porto jovem.
. Rotas dos vinhos: www.lvdp.pt
Tel.: +351 – 254 320 145 -
Beiras DOC´s Dâo, Bairrada, Beira Interior e Távora Varosa (ver mapa R3)
Os vinhos regionais das Beiras (nome adoptado a partir das provincias Beira Litoral, Beira Alta e Beira Baixa) sâo extremamente interesantes, permitindo aos produtores facer experiências com outras uvas, além da casta Baga que predomina nos vinhos DOC Bairrada – taninosos, de cor intensa, com aromas frutados, complexos e extraordinârio potencial de envelhecimento. Os vinhos espumantes constituem outra mais-valia desta zona de solo calcário. Colinas ondulantes e pequenas propriedades vinícolas dominan a paisagem das Beiras, onde os vinhos tintos da DOC Dâo, provenientes de solos ricos em granito e emxisto, ofrecem uma grande diversidade en termos de estilo e de expressâo de frutos, com um toque terroso vegetal. Os brancos do Dâo, geralmente, sâo frutados e aromáticos.
. Rotas dos vinhos – Dâo: www.cvdao.pt.
Tel.: + 351 – 232 410 060/ Bairrada Tel.: +351 – 231 515 180 / Vinhas de Cister Tel.: + 351 – 254 582 428 / Beira Interior: www.cvbi.pt Tel.: +351 – 271 224 129 -
Estremadura – DOC´s Alenquer, Arruda, Bucelas, Carcavelos, Colares, Lourinhâ, Óbidos e Torres Vedras (ver mapa R4)
A noroeste de Lisboa, castas internacionais como Merlot, Cabernet Sauvignon e Chardonnay prosperan entre as inúmeras castas tradicionais no clima moderado da zona. Alguns dos melhores tintos da regiâo e alguns brancos de qualidade têm origem em Alenquer, uma área protegida contra os ventos e os nevoeiros frios do Atlántico, na qual as uvas amadurecem bem, para produzir vinhos concentrados. A estremadura também acolhe uma das denominaçôes de origem mais antigas de Portugal – Bucelas, cujo microclima favorece o cultivo da casta Arinto, resultando em vinhos brancos que se encontram entre os melhores de todo o país.
. Rotas dos vinhos: Oeste Tel.: +351 262 605 272 Bucelas, Colares e carcavelos Tel.: +351- 21 968 11 47 -
Ribatejo – DOC Ribatejo (ver mapa R5)
Durante muito tempo, apontada como uma regiâo de produçâo de vinho a granel, esta regiâo extremamente fértil situada no vasto e amplo vale do Rio Tejo constitui agora um paraíso para jovens produtores de vinho. Emprededores e inovadores estes criam vibhos estimulantes e com excelente relaçâo qualidade-preço. Ao contrario do que acontece nas zonas vitícolas mais a norte, a regiâo do Ribatejo consiste sobretudo de grandes propriedades em que as vinhas ocupam apenas uma pequena, embora extremamente importante percentagem da terra.
Rotas dos vinhos: www.rotavinhoribatejo.pt Tel.: + 351 – 243 330 330 -
Alentejo – DOC Alentejo (ver mapa R6)
Durante muito tempo, apontada como uma regiâo de produçâo de vinho a granel, esta regiâo extremamente fértil situada no vasto e amplo vale do Rio Tejo constitui agora um paraíso para jovens produtores de vinho. Emprededores e inovadores estes criam vibhos estimulantes e com excelente relaçâo qualidade-preço. Ao contrario do que acontece nas zonas vitícolas mais a norte, a regiâo do Ribatejo consiste sobretudo de grandes propriedades em que as vinhas ocupam apenas uma pequena, embora extremamente importante percentagem da terra.
Rotas dos vinhos: www.rotavinhoribatejo.pt Tel.: + 351 – 243 330 330 -
. Terras do Sado – DOC´s Palmela e Setúbal (ver mapa R7)
O vinho regional Terras do Sado, a DOC Palmela e o vinho generoso DOC Moscatel de Setúbal, têm origem na ´península de Setúbal, uma regiâo delimita pelo estuario do Tejo, o Oceano Atlántico e o rio Sado. As pescas eram a principal fonte de rendimento desta regiâo, mas agora o turismo e o vinho passaram a predominar. Nos solos arenosos é plantada sobretudo a uva Castelâo, produzindo vinhos tintos suaves, de maduraçâo precoce com notas de framboesa e groselha, muitos dos quais têm um bom envelhecimento. O moscatel de Setúbal é produzido com a casta do mesmo nome, um vinho generoso que passa um longo período de tempo a envelhecer em tonel. Geralmente com aroma a frutos secos, passas e mel. As cores vâo do ámbar ao castanho escuro, dependendo da sua idade.
. Rotas dos vinhos: www.costa-azul.rts.pt Tel.: +351-212 334 398 -
Algarve (ver mapa R8)
Enquanto as suas praias atraem turistas, os produtores estâo a começar a aperceber-se das potencialidades da regiâo en termos de produçâo de vinhos. Consequentemente as vinhas estâo a ser renovadas, as caves modernizadas e os métodos de produçâo actualizados. Os vinhos tintos locais sâo suaves e frutados.
. Informaçôes através da CVR Algarvía – +351 282 341 393 -
Açores (ver mapa R9)
Este arquipélago de nove pequenas ilhas situadas no meio do Atlántico apresenta uma beleza natural absolutamente preservada. O cultivo da vinha tem um longo passado na região – tendo sido introduzido pelos primeiros colonos portugueses no século XV. Na ilha Terceira (Biscoitos) e no Pico produzem-se vinhos generosos, enquanto na Graciosa produz-se um vinho branco leve e seco.
. Informações atraves da CVR dos Açores – Tel.: +351 292 623 605/6 -
Madeira (ver mapa R10)
A belíssima Madeira, situada a 1.000 Km de distância do território continental portugués, é famosa polo vinho generoso clássico com o mesmo nome, cuja origem remonta a mais de 500 anos atrás e constitui tema de lendas e de obras literárias. Actualmente, algumas adegas estão a desnvolver trabalho pioneiro na produção de vinhos de mesa de qualidade como são os VQPRD Madeirense e o vinho Regional “Terras Madeirenses” – mais um ponto de interesse para os visitantes desta ilha.
. Informações atraves do Instituto do vinho de Madeira – www.sra.pt/vm Tel.: +351-291 204 600
GLOSSÁRIO
- Bouquet
- Galicismo que designa os aromas desenvolvidos no vinho após o estágio em madeira e garrafa.
- Casta
- Características comuns de um conjunto de videiras, provenientes de uma ou várias plantas morfologicamente semelhantes.
- Corpo
- Sensação táctil do vinho na boca, resultante do alcool e de todas as substancia contidas no vinho.
- DOC
- Denominação de Origem Controlada.
- Enología
- Ciência que estuda os vinhos.
- Escanção
- Antigamente era o oficial da corte que tinha a função, na ocasião dos repastos, de servir o vinho no copo e ofrecé-lo ao rei. Actualmente nos bons restaurantes, é o escanção que os recomenda e serve aos clientes. Como “sommelier” em francés.
- Lágrima
- Fluido remanescente que escorre lentamente, que se observa nas paredes internas do copo., após agitar. Resulta mais marcante, quanto maior for a quantidade de alcool e açúcar residual existentes no vinho.
- Prova
- Apreciação, através dos órgãos sensoriais (visão, olfacto, tacto e gosto) das qualidades de um vinho.
- Terroir
- Factores imutáveis que rodeiam a vinha e que dependem do terreno onde se encontra.
- Vinho Regional
- Classificação dada aos vinhos de uma determinada região não enquadrados nas regras estabelecidas para a designação DOC.
- Vinho varietal
- vinho com pelo menos 85% de uma só casta de uvas.
- VQPRD
- vinho de Qualidade Produzido em Região Determinada..
COMBINAÇÃO DE VINHOS E COMIDAS
Minho | Trás-os-Montes | Beiras | Estremadura | Ribatejo | P. Setúbal | Alentejo Algarve |
Madeira AÇores |
|
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Saladas | Verde | Brancos | Brancos | Brancos | ||||
Massas | Brancos | Brancos | Tintos | Brancos | Tintos | |||
Comida Asiática | Verde Branco |
Rosé | Rosé Tintos |
Brancos | ||||
Marisco | Verde | Brancos | Espumante | Brancos | Brancos | Brancos | ||
Peixe | Verde Branco |
Brancos Encorpados |
Brancos Encorpados |
Brancos | Tintos leves |
Brancos | Brancos | Brancos |
Carnes Brancas | Tintos leves |
Tintos Espumantes |
Tintos ligeros |
Tintos | Tintos | |||
Carnes Vermelhas | Tintos | Tintos | Tintos | Tintos | ||||
Caça | Tintos | Tintos | ||||||
Queijo suave | Tintos | Tintos | Tintos | |||||
Queijo forte | Tinto Porto |
Tinto | Brancos | Tintos | Madeira | |||
Sobremesa Chocolate |
Porto | Moscatel | Madeira |
Plato :
Minho
Trás-Os-Montes
Beiras
Estremadura
Ribatejo
Península de Setúbal
Alentejo e Algarve
Madeira e AÇores
Verde
Brancos
Brancos
Brancos
TEMPERATURAS RECOMENDADAS:
- VINHO VERDE 8 – 10 º C.
- BRANCOS 10 – 12 º C.
- BRANCOS ENCORPADOS 12 – 14 º C.
- TINTOS LEVES 14 – 16 º C.
- TINTOS 16 – 18 º C.
- MOSCATEL 10 – 12 º C.